"Eles foram, viram e permaneceram com ele." (Jo 1,39)

No noviciado, a jovem aprofunda sua experiência com Deus e o conhecimento sobre o carisma e a missão do Instituto das Religiosas da Instrução Cristã. Esta fase, com duração de dois anos, é um tempo de escuta atenta de Deus e de compromisso crescente com a vocação recebida. Ao final, a noviça está apta a professar os votos temporários, respondendo com generosidade ao chamado divino.

O Noviciado é um estágio essencial e significativo na formação religiosa, marcando uma transição importante: a jovem deixa de ser uma candidata externa e passa a integrar a comunidade como membro em formação. Inspiradas na consigna “consagrar-nos a Deus e sacrificar-nos inteiramente a serviço da juventude”, as noviças são chamadas a um tempo de aprofundamento espiritual, teológico e comunitário, enraizadas na espiritualidade agatheana, que compreende a formação como um caminho mistagógico de seguimento radical de Cristo Educador.

Durante o Noviciado, as noviças são acompanhadas por formadoras experientes, que as orientam no discernimento pessoal e comunitário, essencial para a vivência autêntica da vocação. Esse caminho as conduz a assumir com profundidade os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência, compreendidos não apenas como compromissos individuais, mas como expressão concreta do carisma missionário das RIC. A vivência do voto de pobreza, por exemplo, está intrinsecamente ligada à solidariedade com os mais vulneráveis, pois “não se pode ser pobre, segundo o Evangelho, sem conviver, na alegria, com os empobrecidos e sem ouvir os seus clamores” (Constituições, art. 44).

As noviças também se dedicam ao estudo da história e espiritualidade do Instituto, mergulhando na vida de Madre Agathe Verhelle, nas Escrituras Sagradas e na tradição da Igreja. Compreendem, assim, que sua vocação não é apenas um chamado individual, mas uma missão confiada por Deus em favor da juventude, especialmente dos mais vulneráveis. Nesse sentido, assumem o compromisso de “dedicação amorosa à juventude [...], sobretudo aos mais vulneráveis” (Constituições, art. 6), tornando-se, assim, sinal profético no mundo, como testemunhas da alegria do Evangelho.

O Noviciado é também um tempo de experiência comunitária e de serviço. As noviças participam ativamente da vida comum, exercitando a escuta, o diálogo e a corresponsabilidade na missão. A comunhão fraterna é vivida como um estado permanente de discernimento, para “perceber a expressão da vontade de Deus e vivê-la no cotidiano” (Constituições, art. 18). Essa dinâmica fortalece nelas a disposição de se lançar, com criatividade e ardor missionário, ao encontro da juventude, nos mais variados contextos.

Ao final do Noviciado, as noviças e o Instituto realizam um discernimento conjunto para avaliar a prontidão da jovem para professar os votos temporários. Essa decisão é fruto da oração, do acompanhamento e do amadurecimento vocacional. É um momento de profunda entrega, no qual a noviça, fortalecida pela graça divina, afirma sua vontade de seguir os passos de Cristo Educador e dar continuidade à missão confiada às RIC.

As noviças são chamadas a viver a aventura da bandeira de Cristo (EE 145), com audácia profética e esperança, sustentadas pela convicção de que “toda missão vem sempre acompanhada das graças necessárias” (Constituições, art. 21).